quarta-feira, 28 de abril de 2010

Noturna

Nada melhor do que chegar em casa, tomar um banho, comer algo fresco e depois dormir, sem barulho algum. Como a Lei de Murphy sempre está próxima, isso não ocorreu: chego em casa e me deparo com pratos e copos na pia e nada de comida, já que não tem água pra lavar a louça e nem para preparar algo. A caixa d'água está vazia por conta de uma construção no piso superior, o que já ocasiona o desconforto para dormir: além de barulho de martelo, furadeira, carrinho de mão para lá e para cá, também há o pó. Não satisfeita com pouca desgraça, mais tarde ainda tem o inquilino que acorda e insiste em cantar "Ilariê" para o papagaio, e não percebe que ele não gosta da música, já que não aprende a cantá-la e a escuta diariamente há mais de um ano. 
Nada de banho, comida e silêncio. Só resta o sono do cansaço, o que é inevitável, mesmo com tantos poréns. Ainda é necessário acordar de bom humor caso alguém ligue quando o sono está vindo, ou bata na porta somente para perguntar algo que poderei responder tranquilamente depois de ter descansado. O sorriso tem de estar nos lábios, pois caso contrário dirão que levantei com o pé esquerdo. Mas como, se nem dormi?

É pau, é pedra, mas não é o fim do caminho: só do meu sono.



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